quarta-feira, 22 de junho de 2016

Sobre Adão e Cristo - Vídeo


Uma análise sobre Cristo como o novo Adão. Além de N.T. Wright, outros teólogos contribuem. Uma boa reflexão para embasar o anúncio do evangelho.

domingo, 12 de junho de 2016

Evangelismo no contexto da Nova Criação



Surpreendido pela Esperança, p.241-242.

Considerando o modelo do NT de evangelismo (artigo anterior), como a igreja pode anunciar que Deus é Deus e Jesus é o Senhor, que os poderes do mal, a corrupção e a morte foram derrotados e que o novo mundo de Deus está começando?

Isso não parece piada?

Bem, seria se, de fato, não estivesse acontecendo. Se a igreja estiver trabalhando nas questões mencionadas acima, se ela estiver seriamente empenhada na luta pela justiça no mundo, tanto no aspecto global, como no local, e se estiver celebrando alegremente a boa criação de Deus e o resgate da corrupção na arte e na música, e se, além disso, sua vida interior der todos os sinais de que a nova criação está verdadeiramente acontecendo, gerando um novo tipo de comunidade – então, de repente, o anúncio passará a fazer sentido.

Assim, o que acontece, dentro da teologia da nova criação, quando o evangelho cria raízes? [...] Usamos várias palavras para descrever esse momento ou processo: conversão, que significa dar meia volta e mudar de direção; regeneração, que significa novo nascimento; “aceitar a Cristo”, que significa fazer parte da família cristã e refletir o caráter de Cristo.

O Novo Testamento fala da pessoa “morrendo com Cristo” e “ressuscitando com Ele” (Rm 6; Cl 2 e 3). Assim, em relação ao grande quadro da nova criação [...], essa pessoa está respirando um pouco da “Nova Criação” – essa nova criação que começou a acontecer na ressurreição de Jesus, e que se completará quando Deus, finalmente, fizer os novos céus e a nova terra e nos ressuscitar para partilharmos com ele desse novo mundo.

Paulo coloca isso da seguinte maneira: “Se alguém está em Cristo, é nova criação!” (2Co 5.17).

A colocação clara desse tipo de questão evita três problemas que ocorrem frequentemente no evangelismo.

Primeiro, as pessoas precisam entender que para se tornarem cristãs não precisam rejeitar o mundo bom criado por Deus. O que elas precisam, na verdade, é rejeitar a corrupção que tem seduzido o mundo e os indivíduos. [...] Pensar em termos de “nova criação” evita o problema de supor, por um momento, que alguém pode esquecer a terra e concentrar-se no céu.

Segundo, [...] evita desde o início qualquer sugestão de que o que realmente importa é que o novo cristão tenha um relacionamento pessoal com Deus ou com Jesus (alguns cânticos parecem sugerir que Jesus pudesse assumir o lugar do namorado ou da namorada). Ver o evangelismo ou qualquer conversão que resulte dele em termos da “nova criação” significa que o novo convertido sabe desde o início que é parte do projeto do reino de Deus. Esse projeto ultrapassa os limites da salvação pessoal para abraçar, ou antes, ser abraçado pelos propósitos de Deus para o mundo inteiro. Junto à “conversão” virá [...] o chamado para descobrirmos onde, dentro do projeto total, podemos dar nossa contribuição.

Terceiro, [...] o convertido nunca estará inclinado a pensar que o comportamento cristão (a recusa de tudo que diminui a glória de Deus e o nosso crescimento como seres humanos e a aceitação de tudo que ressalta essas coisas) seja algo opcional ou apenas uma questão de esquivar-se de algumas regras e regulamentos bem estranhos. [...] Seguir a Jesus significa exatamente isso, seguir a Jesus, e não marcar o quadrinho ao lado da palavra “Jesus” e voltar para o seu lugar, como se tudo estivesse concluído. Falar do senhorio de Jesus e da nova criação, que resulta de sua vitória no calvário e na Páscoa, significa confessá-lo como Senhor, crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos e permitir que ele transforme sua vida inteira. [...]

Portanto, a missão da igreja deve refletir e ser moldada pela esperança futura, conforme apresentada no Novo Testamento.