Surpreendido pela Esperança, pg. 225 e 283
A igreja da atualidade (inclusive a "igreja
emergente", a "igreja líquida", as "novas expressões de
igreja", a "igreja remodelada para a missão" e muitas
outras) tem debatido a questão de qual seria sua missão e sua vida no
futuro. No entanto, a frustração com o padrão atual da vida da igreja, somado
ao liberalismo da pós-modernidade e aos temores protestantes remanescentes em
relação à ordem criada, têm conspirado para produzir um caos ora agradável, ora
nem tanto. É nesse contexto que uma visão apropriada da escatologia bíblica
pode e deve gerar uma nova e, sem dúvida, polêmica, visão da missão da igreja.
Para ser claro, a criação deve ser redimida, ou seja, o
espaço deve ser redimido, o tempo deve ser redimido e a matéria deve ser
redimida. Depois de ter criado espaço, tempo e matéria, Deus viu que tudo era
muito bom e, embora a redenção deste mundo da atual corrupção e decadência
envolva transformações que não podemos imaginar, podemos ter certeza que Deus
não irá dizer: "Bem, foi uma tentativa, fiz o possível, mas evidentemente
não deu certo, de modo que vamos ter de trocar este mundo por outro, onde não
haja espaço, tempo e matéria".
Porém, se Deus realmente deseja redimir o mundo e não
rejeitá-lo, estamos diante de uma questão: como celebrar essa redenção, essa
cura e essa transformação no presente, antecipando assim, de maneira adequada,
a intenção final de Deus?
[...]
Tenho defendido a ideia de que a “igreja remodelada para a
missão” deve ter sua missão moldada pela esperança; que a verdadeira esperança
cristã, firmada na ressurreição de Jesus, é a esperança de renovação de todas
as coisas, por meio de sua vitória sobre a corrupção, decadência e morte, e é
suficiente para encher todo o universo com seu amor e graça, seu poder e sua
glória.
Tenho levantado, também, a questão de que, para ser verdadeiramente
eficaz nesse tipo de missão, a pessoa precisa estar completamente firmada na renovação
do espaço, tempo e matéria realizada por Deus na vida da igreja.
Readaptando a mesma metáfora que já usei outras vezes, não
se pode obter frutos de uma árvore cujas raízes têm sido constantemente
podadas.
Não estou dizendo que, se a igreja tradicional vai bem, a
missão irá acompanhá-la. As “igrejas tradicionais” têm se preocupado muito mais
com a tradição do que com a igreja em si.
O que estou querendo dizer é: pense na esperança que nos é concedida pelo evangelho; reconheça a renovação da criação como o alvo de todas as coisas em Cristo e o empreendimento que já foi consumado na ressurreição; pratique obras de justiça, de beleza e de evangelismo, de renovação do espaço, tempo e matéria, como em antecipação ao propósito final e ao estabelecimento daquilo que Jesus conquistou em sua morte e ressurreição.
Esse é o caminho para a genuína missão de Deus e para remodelar a igreja pela missão e para a missão.
O que estou querendo dizer é: pense na esperança que nos é concedida pelo evangelho; reconheça a renovação da criação como o alvo de todas as coisas em Cristo e o empreendimento que já foi consumado na ressurreição; pratique obras de justiça, de beleza e de evangelismo, de renovação do espaço, tempo e matéria, como em antecipação ao propósito final e ao estabelecimento daquilo que Jesus conquistou em sua morte e ressurreição.
Esse é o caminho para a genuína missão de Deus e para remodelar a igreja pela missão e para a missão.
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