35 Naquele dia, ao anoitecer, disse ele aos seus
discípulos: “Vamos para o outro lado”. 36 Deixando a multidão, eles o levaram
no barco, assim como estava. Outros barcos também o acompanhavam. 37 Levantou-se um forte vendaval, e as ondas
se lançavam sobre o barco, de forma que este ia se enchendo de água. 38 Jesus
estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o
acordaram e clamaram: “Mestre, não te importas que morramos?” 39 Ele se
levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: “Aquiete-se! Acalme-se!” O vento
se aquietou, e fez-se completa bonança. 40 Então perguntou aos seus discípulos:
“Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?” 41 Eles estavam
apavorados e perguntavam uns aos outros: “Quem é este que até o vento e o mar
lhe obedecem?”
Resumo de NT for everyone
(Evangelho de Marcos 4.35-41)
Lá está um pequeno barco em perigo no mar.
Mas, a história relatada em Marcos não é apenas sobre perigo
e resgate. Atrás de histórias como essa, os seus leitores ouvem antigos ecos.
Pensam sobre Jonas. Ao invés de fazer o que Deus está
dizendo, ele navega para a direção errada; uma grande tempestade surge e é
apenas acalmada quando os marinheiros o jogam ao mar.
Pensam sobre os hebreus em fuga do Egito, quando Deus fez um
caminho através do mar.
Pensam sobre as histórias da criação, quando a ordem de Deus,
o novo mundo de Deus, emerge do escuro mar primevo.
Pensam nos Salmos, também. Eles relatam sobre o Deus criador que governa a
fúria do mar e diz para que suas ameaçadoras ondas se aquietem (ex. 65.7; 89.9;
93.3-4; 107.23-30).
Coloque esses quadros juntos e o que você tem?
Os judeus não eram bons marinheiros; eles deixaram essa
habilidade para os seus vizinhos do norte, os fenícios.
O mar, então, veio a simbolizar o escuro poder do mal,
ameaçando destruir a boa criação de Deus, o povo de Deus, os propósitos de
Deus. Em livros como o de Daniel, o mar é de onde vêm os monstros.
Portanto, quando Jesus resgata os discípulos da tempestade,
ele aponta para o que as parábolas sobre o semeador (versículos anteriores)
dizem: o poder soberano de Deus foi liberado; o reino de Deus chegou.
E não é como as pessoas pensavam que seria. Mas é real. É o
mesmo poder que fez o mundo. E esse poder está agora vivendo em Jesus e agindo
através dele.
Como em Daniel 7, onde alguém “como um filho do homem”
derrota os monstros vindos do mar.
E ele não é como Jonas, fugindo da ordem de Deus. Então, os
discípulos não precisam atirá-lo ao mar.
Assim, apesar da fúria e ameaça das forças do mal, Jesus está
confiante da presença e do poder de Deus, a ponto de dormir em um travesseiro.
Os discípulos, porém, intervêm: “não te importas que morramos?”
Os discípulos, porém, intervêm: “não te importas que morramos?”
Perceba que Marcos está nos levando em direção ao capítulo 8 [para a confissão de Pedro]: vocês não tem fé? (cf. v.40)
Ouvimos essa mesma voz vinda da cruz: por que estão com medo? Não tem fé?. No terceiro dia, a
tempestade está quieta, a tumba está vazia e grande medo vem sobre todos. Quem, então, é esse? [cf. contraste com v.41]
Essa história, portanto, será sua história se você se der
conta dela, gostando ou não. Vento e tempestade virão em seu caminho. O poder
do mal foi quebrado na cruz e na tumba vazia, mas seu som agudo ainda se faz
ouvir. Cristãos (a igreja como um todo, igrejas locais aqui e ali, cristãos
individuais) podem se machucar ou mesmo morrer como resultado.
Os primeiros leitores de Marcos provavelmente sabiam disso
melhor do que a maioria de nós. Eles teriam se identificado facilmente com os
amedrontados homens no barco.
Esse é o convite de Marcos para todos nós: OK! Vá em frente,
acorde Jesus, ore a ele em seu medo e ira. E não se surpreenda quando ele se virar
para você, com uma tempestade de pano de fundo, e perguntar quando você terá
alguma fé real.
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